Desenvolvimento da sopa foi filmado para um documentário que detalha o trabalho laboratorial e industrial feito até a finalização do produto
Tem gosto da sopa de tartaruga tão procurada, mas não há vestígio de criaturas com casca na tigela: a empresa chilena de alimentos à base de plantas, NotCo, recriou esse prato famoso usando inteligência artificial e, ao fazê-lo, espera ajudar a conscientizar sobre o réptil ameaçado de extinção.
O desenvolvimento e lançamento da sopa foram filmados para um documentário que detalha o trabalho laboratorial e industrial que foi feito para produzir o produto, intercalado com uma explicação dos danos causados pela caça de tartarugas para consumo humano.
“Queríamos gerar um impacto por meio da inteligência artificial”, disse Bernardo Moltedo, líder em ciência culinária de IA da NotCo.
“Estamos trabalhando nisso há vários anos. Sempre nos perguntamos ‘por que não’, por isso acabamos trabalhando para ajudar espécies ameaçadas, como é o caso da sopa de tartaruga”, disse ele.
A IA da NotCo analisou 300 mil plantas e fez 260 quintilhões de combinações até encontrar uma mistura de cinco proteínas que mais se assemelhava à carne de tartaruga.
Por enquanto, nem a carne de tartaruga à base de plantas nem a sopa estão à venda, mas a empresa planeja realizar uma aula virtual para ensinar as pessoas a preparar a sopa.
Com presença em 12 países, a NotCo cria alimentos como hambúrgueres, leite, maionese e sorvete a partir de plantas que simulam o sabor e a textura de ingredientes tradicionais à base de animais, usando um programa de IA para ajudá-la a decidir o que usar. A empresa afirmou que planeja abrir capital em 2025.
As tartarugas-verdes — tradicionalmente usadas na sopa de tartaruga — estão na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza de espécies ameaçadas de extinção, com seus números afetados pela poluição, condições climáticas extremas e pesca. A exploração dessas tartarugas marinhas é proibida na maioria dos países do mundo.
No entanto, a sopa de tartaruga continua em alta demanda em países da Ásia e da América Latina, incluindo China, México, Peru, Malásia e outros.