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Veganos consomem nível adequado de proteínas, mas dependem de ultraprocessados

Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) revelou que veganos no Brasil consomem níveis adequados de proteínas, mas dependem significativamente de alimentos ultraprocessados para atingir essa meta. A pesquisa, publicada na revista JAMA Network Open, analisou a dieta de 774 adeptos do veganismo e trouxe à tona importantes considerações sobre a qualidade nutricional e os desafios dessa dieta.

Metodologia do Estudo
Os pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP utilizaram diários alimentares fornecidos pelos participantes para calcular a ingestão de proteínas e aminoácidos essenciais. A análise incluiu a avaliação do consumo de alimentos por nível de processamento, destacando a importância dos ultraprocessados na dieta vegana.

Resultados Principais
Os resultados mostraram que, em média, os veganos consomem a quantidade recomendada de proteínas e aminoácidos essenciais. No entanto, aqueles que ingerem menos produtos industrializados, como suplementos proteicos e proteína texturizada de soja, tendem a ter uma ingestão inadequada de proteínas. Isso sugere uma dependência de nutrientes provenientes de alimentos ultraprocessados.

Comparação com a População Geral
Os veganos avaliados consumiam menores quantidades de alimentos ultraprocessados em comparação com a população em geral. Enquanto 13,2% da ingestão energética dos veganos vinha de ultraprocessados, na população brasileira esse número é de 23,7%. Em contrapartida, 66,5% da ingestão energética dos veganos provinha de alimentos in natura ou minimamente processados, contra 44,9% na população geral.

Importância dos Ultraprocessados
Os principais alimentos ultraprocessados que contribuíram para a adequação proteica dos veganos foram a proteína texturizada de soja (PTS) e os suplementos de isolados proteicos à base de plantas. Esses produtos são essenciais para suprir a demanda proteica, especialmente porque alimentos in natura são menos densos em proteínas.

Riscos dos Ultraprocessados
Embora os ultraprocessados sejam necessários para a adequação proteica, seu consumo está associado a riscos à saúde, como ganho de peso, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Evidências recentes sugerem que produtos ultraprocessados à base de plantas podem ser igualmente prejudiciais.

Distinções Necessárias
Hamilton Roschel, coordenador do estudo, ressalta que nem todos os ultraprocessados são igualmente prejudiciais. Produtos como a PTS e suplementos proteicos, apesar de serem ultraprocessados, não necessariamente fazem mal à saúde. É importante distinguir entre diferentes tipos de ultraprocessados e entender seu papel na dieta vegana.

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