O aumento do vegetarianismo e do veganismo no Brasil tem impulsionado a inovação na indústria alimentícia. Estima-se que 50 milhões de brasileiros adotem essas dietas, criando uma demanda crescente por produtos alternativos à proteína animal, como hambúrgueres de grão-de-bico e leites vegetais.
Inovação nas Empresas Brasileiras
Empresas como a NICE Foods, fundada por Paola Stier e Thiago Lorusso, têm se destacado ao desenvolver laticínios vegetais. A empresa, que começou com a produção de um espessante de sorvete vegano, encontrou no leite de castanha de caju um produto de sucesso, o NICE Milk, que se tornou o carro-chefe da marca.
Desafios e Oportunidades
A falta de fornecedores de ingredientes veganos de qualidade foi um desafio inicial para a NICE Foods. No entanto, a inovação e a produção própria de insumos permitiram à empresa crescer e se destacar no mercado, oferecendo produtos versáteis que atendem às necessidades dos consumidores.
Estatísticas e Tendências
Uma pesquisa de 2021 do Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC) revelou que 20% dos consumidores brasileiros escolhem opções veganas em estabelecimentos. Além disso, 37% dos entrevistados adaptaram sua alimentação para não consumir carne pelo menos uma vez por semana.
Carne de Planta e Bioimpressão
A bioimpressão, tecnologia que utiliza impressão 3D para criar alimentos, é uma aposta para a produção de carne cultivada. Desde 2016, empresas investiram US$ 1,9 bilhão no desenvolvimento dessa tecnologia. No Brasil, o Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas está testando a viabilidade da carne bioimpressa.
Desafios Tecnológicos
A doutora em engenharia química Tatiana Nery destaca que a inovação na alimentação é um desafio, pois ainda não existe uma tecnologia específica para mimetizar alimentos de origem animal. A bioimpressão e outras tecnologias de processamento são essenciais para criar produtos vegetais que imitem a cor, textura e sabor dos alimentos tradicionais.
Mudanças no Mercado
Cristina Leonhardt, engenheira de alimentos, explica que o mercado brasileiro passou por uma “primavera de produtos veganos e vegetarianos” em 2019, influenciada pela pandemia. Embora o hype tenha diminuído, a experimentação em série movimentou o mercado e incentivou a inovação.
Pensando no Futuro
Leonhardt enfatiza a importância de as empresas pensarem no futuro e inovarem continuamente. Mesmo empresas centradas em alimentos de origem animal devem considerar alternativas sustentáveis para se manterem relevantes e atenderem às novas demandas dos consumidores.
